quinta-feira, 24 de março de 2016

A mentira !

 A MENTIRA !


O meu pai sempre dizia
Filho, não deve mentir
Porque a Mentira um dia
Poderá te atingir

Vejam só o que aconteceu
Ao Zé, que apascenta gado
- À noite não adormeceu,
Por sentir-se entediado

Então, sem o que fazer
Uma farsa engendrou
E gritando, ele fez crer
Que o lobo mau atacou

Os pastores da vizinhança
Ouvindo... lobo gritar
Acudiram na esperança
Do lobo mau espantar

Lá chegando, circunspecto
O palco do acontecido
Não revelava aspecto
Do lobo ali ter bramido

Mal três dias se passaram
O Zé, de novo gritou...
Lobo, lobo, socorram ...
E todo mundo ali voltou

Vendo a mentira do Zé
Os pastores s’entreolharam
E sem tapa ou pontapé
Desapontados... retiraram

Zé, ficou desacreditado
No meio da vizinhança
- O caráter demonstrado
Foi de uma vil criança

No dia que o lobo atacou
O Zé, socorro pediu ...
Mas ninguém se importou
Porque o Zé, sempre mentiu

Com fúria e sanguinolência
O lobo mau sacrificou
Dez ovelhas, em consequência
Da mentira que criou

Foi então que o Zé pensou
No mal que havia feito
Quando mentindo gritou
Por socorro sem efeito !

São Paulo, 07/02/2008 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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Sonhei que era um mágico

SONHEI QUE ERA UM MÁGICO ! 


 Sonhei que era um mágico ! 

Com poderes especiais....
- Podia voltar na idade
Pessoas e animais!

Com esta minha alquimia
Todo mundo procurava
Remoçar quanto podia
- Ser velho não suportava ...

Rejuvenesci todo mundo !
Só a mim, eu não podia.
E num conflito rotundo...
- O povo, a mim recorria!

O mundo ficara novo
Com nova filosofia...
- Sem experiência, ser novo...
Não tinha... nenhuma valia!

SP 09/12/2004 (data da criação)

Armando A. C. Garcia  
Rotundo : decisivo
 

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O RATO E A GALINHA

O RATO E A GALINHA






Diz a rato p’ra galinha
O seu ovo vou comer
Ela responde tristinha
Não vou deixá–lo fazer

Vou colocar sentinela
O galo que é campeão
De fazer rato em morcela
Tu, espumas em sua mão

O rato se atocaiou
Esperando o bote dar
Mal o galo o avistou
Partiu para o atacar

O rato vendo a fúria
E a destreza do galo
Viu que pecou pela incúria
Fugindo sem enfrentá-lo

Ficou feliz a galinha
Com a ninhada que teve
E a mexer com a galinha
O rato não mais se atreve.

São Paulo, 23/10/2009 (data da criação)
Armando A. C. Garcia 
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Glorioso Sol

Glorioso Sol






Ó linda estrela que fulguras
No grande infinito sem fim
Cedes luz às noites escuras
De dia, iluminas o jardim
Tu, és uma estrela que brilha
Num intenso clarão fecundo
Com milhões de anos tua trilha,
Fascina natureza e mundo.
Dás vida aos prados e às flores
Despertas a vida na terra.
As aves gorjeiam, e dás cores
Às sebes e às matas da serra
No pomar, a fruta amadura
Quando no horizonte te elevas
A natureza canta a fartura
Mal teus raios rasgam as trevas
A vida, a cada nova aurora,
Renasce cheia de esperança
Tu, és a vida que aflora 
Do mundo, alegria e pujança
Ó, glorioso Sol desta vida
Que a deslumbras e aqueces
Que jamais seja enfraquecida
A nobre luz, que nos ofereces

São Paulo, 19/07/2013 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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Minha casa pobrezinha

Minha casa pobrezinha










A minha casa é singela
Sem vidraça, sem cortina
À noite, à luz da vela
De dia, o sol a ilumina

Num velho fogão de lenha
Preparo as refeições
Ao lado, uma velha penha
Confidente dos serões

É muito simples, tudo aqui
Com cheiro de natureza
Na hora de fazer pipi
Banheiro, a redondeza

Tomo banho no riacho
Que passa quase encostado
E, não precisa ser macho
Pra ficar todo pelado

Nem preciso de toalha
Para meu corpo secar
Pois o sol, aqui retalha
Nem dá tempo pra secar

De manhã, os passarinhos
Trinam temas, sem parar
Veja que fazem seus ninhos
Ao lado, em qualquer lugar

Violetas e margaridas
Crescendo em profusão
Ao lado, longas espigas
De trigo e de feijão

Minha casa é pobrezinha
É como o  meu coração,
Se alguém dela se avizinha
Não sai, sem refeição !

São Paulo, 27/10/2013 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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A Fé

A Fé
 



Não deixes murchar a Fé
Porque pode fenecer
Deixando a alma à mercê,
Certamente, irás sofrer
 
Louva a Deus, no infinito
No mundo da redenção
Ora, serás bendito
Terás paz no coração
 
Se a Fé remove montanhas
Removerá teu sofrer
Extirpando das entranhas
O que te faz padecer
 
Ela, é a essência Divina
É a luz do renascer
A semente da doutrina,
Não a deixes perecer 
 
Já na Sagrada Escritura
Deus revela seu poder,
De que a Fé configura
Pro cristão o renascer
 
A Fé alimenta a alma
Fortalece o coração, 
É o remédio que acalma
Sem nos deixar ilusão.
 
É ela que dá esperança
De uma vida melhor
E, no fiel da balança
Ele pesa com rigor !
 
Consulta teu coração
Nos dias da tua vida
Se a Fé é redenção
Não a deixes esquecida
 
É nos mistérios da vida
Que concentramos a Fé
Erudita ou distraída 
É coisa de quem a crê .
 
É o lenitivo na dor, 
O consolo na desdita
O amparo ao sofredor
De Deus, a benção bendita !
 
Seria irracional
A humanidade sem Fé
Sendo a alma imortal
Alimentar-se-ia do quê?
 
O pão, alimenta a matéria
A alma, da Fé e da razão
O sangue, corre na artéria
E a Fé, na devoção
 
Porangaba, 03/10/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia – 

 
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O cão, o velho e o menino

O cão, o velho e o menino
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Eram três abandonados
Vivendo desamparados
Pelas ruas da cidade
Um velho, um menor de idade
E um cão; escorraçado
Nenhum dos três em seu fado
Foi abençoado, da sorte 
Vez que jogados sem norte
Quis o destino, que um dia
Unissem sua estadia.
Se a semelhança tem vez
O mesmo sonho é dos três
Terem um pedaço de pão 
Sempre a cada refeição,
E em cada dia que passa
Nessa tamanha desgraça
O velho, um pobre ancião
Já foi alguém, hoje não
A família o abandonou
Quando o dinheiro acabou
O menino igualmente
Mesmo sendo inteligente
Sofreu a mesma maldade
Foi jogado sem piedade
Na rua da desventura
De sofrimento e agrura
Sem ao menos aprender
Na escola a saber ler
O velho por sua vez
Ensina-lhe português
Dá-lhe lições de moral
Para nunca fazer o mal
O cão, sem ser criatura
Sofreu da mesma agrura
Além de enxotado pra rua 
Ainda lhe sentaram a pua
Unidos em comunhão
Da imposta *abjunção
Ao velho pela despesa
Ao jovem pela natureza
De gastar sem produzir.
Ao cão o mesmo carpir
Que o destino lhe impôs,
Diz o velho, tal qual nós
O menino foi crescendo
Nas lições foi aprendendo
A ser alguém nesta vida
A orientação foi seguida
O velho levou-o à escola
Sem uniforme ou sacola
Apenas um pedaço de pão
Para aprender a lição
Por ser aluno aplicado
Ao diretor foi chamado
Inteirou-se da situação
Mandou servir refeição
A ele, ao velho e ao cão
E pela sua educação
De ser aluno exemplar
Passou a escola abrigar
Estes três desamparados
Pelo destino agrupados
O menino estudioso
Na orientação do idoso
Foi galgando posição
Sempre a melhor lição
Era a sua com certeza
E não vos cause estranheza
Que um dia será doutor
Diplomado com louvor
Graças à boa conduta
Que o ancião não reluta
Nas lições que sempre dá
E sem ele, ao deus-dará
Que seria deste menino
Sem família e sem destino !
•    Separação

Porangaba, 08-02-2015 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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O Pintassilgo

O Pintassilgo 



Canta, canta, pintassilgo 
Que quero ouvir-te cantar 
Canta, canta, pintassilgo 
Que quero ouvir teu trinar 

Exuberantes melodias 
Surgidas do teu trinar 
Teu cântico é sinfonia 
Ecoando pelo ar 

Teu cântico é prazeroso 
Deslumbramento, leveza 
Do alto do ipê frondoso 
Fascínio da natureza 

Tua plumagem é bela 
Matizes de todas cores 
Tua postura singela 
Iguala-se à das flores 

Entoas cânticos sem fim 
No hábitat natural 
Teu cantar no meu jardim 
Exorta-me ao *abissal 

Pintassilgo, canta, canta, 
Que quero ouvir-te trinar 
O teu trinar me encanta 
Não me faças esperar 

Deslumbras com teu trinar 
As verdes copas da mata 
Tudo pára p’ra escutar 
Tua suave serenata 

Mesmo preso na gaiola 
Uma crueldade sem fim 
Manténs a mesma bitola 
No suave trinar sem fim 

Por seu encanto e beleza 
Todos pretendem ter um 
É um deslize com certeza 
Aprisionar-se algum ! 

*assombroso; espantoso; fig. misterioso
 

São Paulo, 14/04/2011 (data da criação) 
Armando A. C. Garcia 


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O Melro !

O Melro !

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Melro que pias sozinho 
A morte de tua mãe 
Nesse piar tão baixinho 
Externas tua dor, também 

Teu sentimento profundo 
Revela amor pela mãe. 
- A criatura no mundo 
Igual ao teu, já não tem. 

Quisera Deus que assim fosse 
O amor do ser humano 
Hoje imbuído na posse, 
Só vê o lado profano. 

O melro piando dolente 
Demonstra com sua dor 
Ao pai omnipotente 
Quão grande era seu amor, 

Põe-se o sol, vem o luar 
À noite, já mal se ouvia 
Mas continuava a cantar 
Num choro de agonia 

Veio um anjo e lhe falou 
Melro, não fiques triste 
A tua mãe descansou 
Estava doente, tu não viste 

O melro, quase expirando 
Ao anjo se reportou: 
Passei a vida voando, 
Minha mãe, nada falou ! 

São Paulo, 12/07/2015 (data da criação) 
Armando A. C. Garcia 

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